20 abril, 2009

Nado Livre


Neste turbulento mar de emoções,
mergulho.
Na insolência da alma,
os sonhos não se afogam.

Áries e Gêmeos


Um dia você será minha, disse-me ele em dois mil e sete.
Nunca, jamais! Porém eu gosto de mudar de opinião
e gosto ainda mais de quem faz aquilo que promete...

Olhos Nus


No amor,
os olhos sempre se despem primeiro.

Simbiose




Só eu sei o quanto doeu
descolar minha pele da tua
e arrancar o amor
cravado em cada poro.
Chorei. Não por ver-te partir,
mas por não me deixares inteira.

Pra dizer Adeus





Cansei de caminhar pisando
nas asas do tempo.
Ficarei por aqui até você voltar
e me dar coragem pra levantar voo..

Sem Espaço


Depois da sua partida,
Tudo que experimento
Tem prazo de validade
E curto tempo de vida.
Meu coração não espera.
Bate, mas não acelera.
Pulsa, e não vibra.

Fuga

Visto a minha fantasia
e coloco a máscara da beleza.
Ainda assim sou eu,
serei sempre eu,
mesmo que você não me veja
e eu nunca mais olhe no espelho.

Coisa Nenhuma



Escapam de minhas mãos
as letras tristes dos papéis.
Fogem da solidão das palavras
e do vazio dos meus dedos sem anéis.

13 abril, 2009

Antes de você


Havia muitas estrelas
Nos meus olhos,
Mas até então eu não sabia.

Lembranças

Eu me banhava com calma
escolhia meu vestido,
e perfumava meu corpo
como quem oferece um jardim.

Você chegava cansado,
e amassava minha roupa,
com o amor que alisa a alma.
Era sempre assim.


Umidade


Enxuga-me a lágrima que cai,
sem desfazer o que está feito.
Não há perdão que seque
o que molha dentro do peito.

Reforma Ortográfica




Neste emaranhado de palavras e fotografias,
preciso atualizar o meu dicionário de memórias.
Traduzir emoções para o meu próprio português
e nas mal traçadas linhas da minha biografia,
fazer as devidas correções. A lápis, desta vez.

12 abril, 2009

Belvedere


O sol espiava o idílio e, por cumplicidade, tardou a nascer.

10 abril, 2009

Movimento Natural

Após a tempestade,
a espuma do mar
acaricia lascivamente a areia
com seus braços sedutores,
envoltos em brancos véus.
A areia,
exausta da tormenta,
se deixa ir.
Leve, suave, branda,
vagando ritmada
nesta dança ondulante.

04 abril, 2009

Campo Santo

Nunca tinha visto aquele jardim. Não com estes olhos, não como se fosse meu.
Era um imenso gramado áspero. Orvalhado em pequenas e múltiplas gotas gélidas.

Por perto, flores azuis. Claras, rijas, frias.
A árvore chorava suas folhas secas sobre a grama, sufocando-a. Ninguém notava.
O mármore cinza, inerte, fitava-me e mostrava as suas datas e dores. Eu silenciava.
Os caminhos, todos de pedra, formavam ruelas estreitas, longas, sem saída.
Eu olhava o muro. Mas o céu estava longe.

Limite



Tão nociva quanto a sua presença,

é esta impossibilidade que me assombra

e me mostra

que até mesmo o sonho, um dia, acorda.