Quem me ensinou a nadar
foi o susto do barco naufragado,
o ímpeto de amor à vida
que ia se derramando feito cachoeira.
Quem me ensinou a nadar
foi a correnteza que me levava
por onde eu não queria ir.
Quem me ensinou a nadar
foi o contato com a profundidade,
a distância imensa que ia se estendendo
entre meus pés e o chão.
Ninguém me ajudou
enquanto eu sufocava
e nem me emergiu das águas fundas.
Quem me ensinou a nadar
não foi marinheiro,
nem os peixinhos do mar.
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