16 agosto, 2006

Anoiteço

Opto pela escuridão.
Apago meu sol
e deixo que as sombras
me mostrem o que não sou.
Vou pra um lugar que não me cabe,
e, espremida tento me ajeitar
num espaço inconcebível.
Ouço a música de seus lamentos
e calo minha alegria.
Escureço. Silencio. Permaneço.
Num grito inaudível
digo o que não se cala.
Alguém, ao longe, escuta
e não me diz nada.
Observo. Analiso. Anoiteço.
E fingindo-me resignada,
adormeço.

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