De todas as bobagens do Orkut, a “sorte do dia” é a pior delas. Nunca li nada que pudesse ter sentido, mas a de hoje superou todas: “O tempo é o senhor da razão” E quem quer razão? Eu só preciso de bons argumentos... E na pior das hipóteses, de algumas desculpas.
A compoteira Sobre a mesa Denuncia as delícias Do banquete de ontem. Experimentamos. Doçuras, Deleites, Café da manhã. Tanto mel em minha boca Que esqueço o gosto da maçã.
Nem me diga Que este amor não é pra mim, Que está errado. Pouco me importa o que você pensa, O que lhe é apropriado. A mim não convém a água morna. Só me interessa o que ferve. Além do mais, Se é meu número, É porque me serve.
A paixão me faz cometer excessos. Tudo arde e grita, como o sol do meio dia. Tento conter meus alardes, mas em abusos poéticos e exageros musicais, me denuncio. Nada é tão simples assim. Não há como abafar os escândalos que você provoca em mim.
Por que me vem este ciúme A cutucar meu sossego? Será que ainda te amo Ou é somente um apego? Seja por egoísmo ou medo, Somente eu posso amar. E você, se quiser, Que vá beijar em outro lugar.
Querendo ser o que não sou, penso em você neste mar de fogo e ilusão. Roendo unhas, ardo até queimar e me atiro do cais nas águas desta paixão. Nado contra a maré, e na onda morta, quase me afogo. Mas o que importa? Na próxima lua cheia apenas lembranças serão. E eu, sereia.
Eu acordo e decido o tempo. Ensolarado ou chuvoso, tudo depende dos meus olhos ou de como abro a janela. Escolho onde piso e faço meu destino. O medo não me reprime em nada. Aceito o improvável, mas desconheço o impossível.
Um dia, aqui do mundo da lua, escreverei um poema pra confessar o meu amor. Pregarei na ponta de uma estrela e mandarei à você, espalhando rimas de cometa. Um dia, quando eu tiver inspiração suficiente, te darei em versos meu coração. Farei caprichado. Será meu presente.
Odeio estórias em que não sou a protagonista. Não quero ser uma simples espectadora da vida e ter o destino como pretexto. Este papel não é meu. E nem conheço este texto.
Duvide, caso eu diga não. É apenas um jeito de me defender da minha própria descrença. No pedido velado de expulsão, não me prive da sua presença, entre sem bater e não peça licença.
Não me culpe por isto. Se você quer, me peça. Se você me pede, eu dou. Espero de você apenas alegrias, como bolhas de sabão e cócegas na barriga. Não há motivos para desculpas. Ou detenção. Ela é sua. Eu não.
Perco a cabeça, petrifico meus medos, e teço as tramas de um Perseu imaginário. Travo batalhas, domínios e conquistas. Construo você, meu herói lendário. E em seus braços, corajosamente, me rendo.
Eu, às vezes, desnorteio. Fico sem rumo, erro o caminho, e me perco demais. Preciso de um co-piloto que me leve aonde desejo. Se não, vivo ao sabor do vento. E feito folha,
Muitas vezes nem sei o que te dizer, fico te estudando, tentando traduzir teu sorriso e teu olhar agridoce. Aí eu escrevo, e deixo que leia meus poemas como se entrasse em minha casa e invadisse a minha alma. Minha mãe sempre soube que quando estou muito quieta é porque estou fazendo arte. Ou é amor, ou é poesia.